quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Triturar bem os alimentos na boca ajuda a dar um chega pra lá na obesidade



É comum encontrarmos muitas pessoas preocupadas com a qualidade da sua alimentação, procurando sempre informações sobre o assunto, mas raramente encontramos pessoas que se preocupem com a sua mastigação.

Mastigue todos os alimentos de forma lenta e pausada, saboreando-os melhor e durante mais tempo, facilitando os processos de digestão e de percepção de saciedade.

Sabia que as pessoas que se alimentam mais rapidamente tendem a ingerir uma quantidade de alimentos superior às suas necessidades? E que muitas vezes estes hábitos de consumo se repercutem numa maior dificuldade em controlar o peso corporal?
A mastigação lenta e eficiente dos alimentos e a sua ingestão compassada - com pequenas pausas entre cada deglutição - é o ponto-chave no nosso dia-a -dia alimentar.



Três das razões principais que justificam esta afirmação são as seguintes:


1. Uma mastigação incompleta resulta numa fragmentação insuficiente dos alimentos, maior tempo de digestão (e eventual maior absorção de alimentos) e maior sobrecarga do sistema digestivo;

2. Os sinais de saciedade que o estômago transmite ao cérebro não são imediatos à ingestão alimentar - fato este que explica os frequentes excessos alimentares e a maior prevalência de excesso de peso e obesidade entre pessoas com maior voracidade alimentar;

3. Como as papilas gustativas se encontram localizadas na cavidade bucal (onde começa a digestão!), será difícil conseguir uma verdadeira e agradável apreciação dos alimentos no decorrer de uma refeição apressada.
Assim, procure otimizar os seus hábitos de consumo alimentar, começando por exemplo pela preparação cuidada das refeições e pela escolha de um ambiente calmo, sereno e que desperte uma relação positiva e saudável com a alimentação.



Como parte do processo digestivo, na boca se inicia a digestão dos alimentos, principalmente as fontes de amido, e a ensalivação, gerada pela mastigação, dá início a esse processo. Existe uma enzima digestiva (a ptialina) na saliva que tem ação sobre as massas em geral, os cereais, pães, biscoitos etc. Com isso, a digestão desses alimentos é facilitada, uma vez que chegam pré-digeridos ao estômago.
Em se tratando de digestão de alimentos, a mastigação, por si mesma, já traz grandes benefícios, pois a trituração dos alimentos, feita pelos dentes, reduz os alimentos em pedaços menores, o que aumenta a capacidade de ação das enzimas sobre eles (maior superfície de contato). Qualquer que seja o alimento, a mastigação sempre auxilia no processo digestivo, evitando alguns transtornos tão freqüentes, como azia, má digestão, sonolência após a refeição etc.
Boa parte dos problemas digestivos de que muitas pessoas se queixam podem ter origem em uma mastigação insuficiente, engolindo-se alimentos em pedaços grandes, o que exigirá maior esforço do estômago em triturá-los. 
Qualquer transtorno no processo digestivo já inerente ao organismo, como uma produção excessiva ou insuficiente de ácido clorídrico (o ácido liberado pelo estômago para a digestão dos alimentos) pode ser agravada por uma mastigação inadequada. Pessoas com problemas digestivos devem se preocupar ainda mais com sua mastigação, tornando-a um hábito diário e necessário.
Mas não é apenas no processo digestivo que a mastigação auxilia. O controle sobre a ingestão de alimentos pode ser alterado pela mastigação, de acordo com a freqüência da mesma. Uma boa mastigação, ou seja, uma trituração adequada dos alimentos estimula o centro da saciedade, um controle que temos ao nível do cérebro e que regula a ingestão de alimentos. Quando se mastiga bem os alimentos, a movimentação dos músculos da face, envolvidos nesse processo, gera uma resposta mais rápida ao estímulo da saciedade, ou seja, a pessoa sente-se saciada com uma menor quantidade de alimentos. Essa é uma razão bastante interessante para se estimular a mastigação, principalmente em pessoas que precisam controlar a ingestão de alimentos pela necessidade de controle de peso.
A mastigação é um hábito que deve ser iniciado desde cedo. Crianças devem ser estimuladas a mastigar corretamente os alimentos desde o nascimento dos primeiros dentes. Para tanto, os alimentos das crianças pequenas deve ser apenas cozidos e amassados, evitando-se as sopinhas batidas em liquidificador ou as comidas industrializadas que são completamente trituradas, não existindo pedaços para a criança mastigar. É importante acompanhar o desenvolvimento da criança, evoluindo a consistência dos alimentos de acordo com a sua capacidade de mastigação. O hábito da chupeta e a mamadeira por tempo prolongado podem trazer problemas quanto à mastigação dos alimentos, gerando hábitos inadequados e problemas na arcada dentária.
De acordo com o que foi dito, é importante lembrar que não apenas a qualidade da alimentação deve ser alvo de constante preocupação e interesse, mas também a mastigação. O cuidado com os dentes deve ser constante, assim como com a boca e as gengivas. Qualquer transtorno que afete a mastigação (feridas na boca ou na gengiva, cáries, tártaros etc) pode interferir, indiretamente, no processo da digestão, uma vez que a trituração adequada dos alimentos fica comprometida. Pessoas idosas, que necessitam de prótese dentárias, devem observar, periodicamente, a colocação da mesma, uma vez que as perdas de massa óssea e de massa muscular, relativas ao avanço da idade, levam a alterações na dimensão da gengiva, o que causa feridas na boca e dificuldade na mastigação dos alimentos.
Portanto, cultivar o hábito da mastigação, triturando adequadamente os alimentos, evitando-se de engoli-los em pedaços grandes, é uma boa medida tanto para facilitar a digestão quanto para controlar a quantidade de alimentos ingeridos. Comer devagar, mastigando bem os alimentos, torna a refeição também uma fonte de prazer, pois o sabor dos alimentos é melhor percebido. Pessoas com propensão a comer compulsivamente certos alimentos, como doces, chocolates, biscoitos salgados etc, podem conseguir um maior controle se mastigarem devagar esses mesmos alimentos, levando pequenas quantidades à boca. Levar pequenos porções de alimentos à boca de cada vez é uma boa maneira de se iniciar uma mastigação adequada, e deve ser um hábito a ser cultivado.
Uma boa higiene diária dos dentes e visitas regulares ao dentista são também práticas extremamente importantes que auxiliam no processo da alimentação e, conseqüentemente, na manutenção da saúde.

                                     imagem menuvegano.com.br

Benefícios da boa mastigação:
 

1) Iniciamos o processo de digestão - o alimento bem mastigado é quebrado e triturado com mais eficiência; 

2) Exercitamos os músculos da face; 

3) Facilitamos o processo de absorção dos nutrientes contidos nos alimentos; 

4) Saboreamos e lubrificamos os alimentos para chegarem ao estômago; 

5) Mastigar bem os alimentos gera um esvaziamento mais rápido do estômago, facilitando a digestão; 

6) Controla a quantidade de alimentos ingeridos na refeição. Lembre-se: comendo devagar provavelmente você não repetirá o prato; 

7) Reduz a ansiedade de pessoas que têm propensão a comer compulsivamente certos alimentos; 

8) Dá tempo ao seu corpo de sentir-se satisfeito; 

9) Aumenta a absorção e aproveitamento dos nutrientes; 

10) Torna a refeição uma fonte de prazer, pois o sabor dos alimentos é melhor percebido. 

Dicas para uma boa mastigação: 

1) Coma devagar e saboreie bem os alimentos; 

2) Deposite o talher à mesa entre cada garfada; 

3) Coloque pequena quantidade de alimentos no garfo a cada vez que for comer; 

4) Sirva alimentos em prato de tamanho normal e calcule sua porção. 

5) Evite comer com pressa, ou muitas vezes até em pé; 

6) Concentre-se no que está comendo. Evite assistir a TV, atender o celular e ou mexer no computador durante as refeições. E não leia! 

7) Evite músicas agitadas ou com o volume nas alturas; 

8) Evite assuntos desagradáveis. Aproveite o momento de uma boa refeição para se reunir com a família; 

9) Se estiver ansioso ou nervoso deixe para comer depois.


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